quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Sexo Frágil?

 O Rio de Janeiro, viu uma mulher subir ao maior cargo da chefia civil do estado e ficar à frente do comando de milhares de policiais. "Martha Rocha é a primeira mulher a ocupar o cargo. Ela entrou na Polícia Civil em 1983. Começou sua carreira policial como única mulher no plantão da 14ª DP (Leblon). Foi delegada titular da 15ª (Gávea), 12ª DP (Copacabana), 18ª (Praça da Bandeira), 20ª DP (Grajaú) e 37ª (Ilha do Governador). Em 1999, ocupou o cargo de subchefe de polícia. Ainda segundo a Secretaria de Segurança, Martha Rocha também já atuou como corregedora de polícia." (Fonte G1).
Em outubro passado os brasileiros ficaram numa terrível dúvida: presidente ou presidenta? Já no início de 2011 após tomar posse Dilma mostrou que ao contrário do que muitos dizem, não será uma sombra de Lula, apesar de ter sido apoiada por ele.
“Pela decisão soberana do povo, hoje será a primeira vez que a faixa presidencial cingirá o ombro de uma mulher”.
"Eu gostaria muito que os pais e as mães das meninas pudessem olhar hoje nos olhos delas e dizer: sim, a mulher pode".
Outros países se aventuraram a ter presidentas mais cedo. Dilma foi a 11ª presidente mulher da América Latina. A primeira foi María Estela Martínez de Perón, mais conhecida como Evita Perón, que assumiu a presidência da Argentina em 1974, após a morte do seu marido Juan Domingo Perón, de quem era vice-presidente. Foi derrubada por um golpe militar em março de 1976.
Os Estados Unidos que nas últimas eleições viveu a emoção de ter um negro no poder, que pode se equiparar a emoção dos brasileiros de ter um operário no poder ha oito anos atrás, pode também ter uma presidenta nas próximas eleições.
Hillary Clinton, mulher do ex-presidente Bill Clinton, atualmente é secretária de estado dos Estados Unidos, foi Senadora de Nova Iorque de 2001 a 2009. Na corrida da nomeação presidencial de 2008, Hillary venceu mais primárias que qualquer outra candidata feminina na história americana, porém perdeu a vaga para o senador Barack Obama, atual presidente do país. Como Secretária de Estado de Obama, Hillary é a primeira Primeira-dama a servir em um gabinete presidencial. Saiu da sombra do marido e se tornou protagonista, deixando os Estados Unidos com uma forte chance de seguir o Brasil, e ter uma mulher na presidência.
Citei essas mulheres pois estão em evidência, e fica fácil para o leitor entender o fundamento deste post. Dentro ou fora da política, dentro ou fora do Brasil, várias mulheres, ilustres e anônimas vão traçando suas vidas sem o menor sinal de fragilidade.
Quando olho para trás na minha história vejo muito forte a figura da minha mãe. Se hoje sou quem sou, devo muito a ela. Sempre tive meu pai por perto, mas não posso dizer que sempre tive meu pai ao meu lado. Minha mãe não, tornou-se protagonista de sua história, me ensinando como protagonizar a minha, onde no teatro da nossa existência meu pai foi coadjuvante. Não quero fazer um desabafo pessoal, mas quero mostrar que quantas mulheres com ou sem maridos, levaram a barra de cuidar da casa e dos filhos sozinhas?

"Peça para um homem descrever um mulherão...

Ele imediatamente vai falar no tamanho dos seus seios, na medida da cintura, no volume dos lábios, nas pernas, bumbum e cor dos olhos. Ou vai dizer que tem que ser loira 1,80m, siliconada, sorriso colgate. Mulheres, dentro deste conceito, não existem muitas: Vera Fischer, Letícia Spiller, Malu Mader, Adriane Galisteu, Lumas e Brunas.
Agora pergunte para uma mulher o que ela considera um mulherão e você vai descobrir que tem uma em cada esquina.
Mulherão é aquela que pega dois ônibus para ir para o trabalho e mais dois para voltar, e quando chega em casa encontra um tanque lotado de roupa e uma família morta de fome. Mulherão é aquela que vai de madrugada para a fila garantir matrícula na escola e aquela aposentada que passa horas em pé na fila do banco pra buscar uma pensão de 100 reais mensais.
Mulherão é a empresária que administra dezenas de funcionários de Segunda a Sexta, e uma família todos os dias da semana.
Mulherão é aquela que sai do trabalho e vai para a faculdade estudar até às 24h para ter uma vida mais digna.
Mulherão é quem volta do supermercado segurando várias sacolas depois de ter pesquisado preços e feito malabarismo com o orçamento.
Mulherão é aquela que se depila, que passa cremes, que se maquia, que faz dieta, que malha, que usa salto alto, meia-calça, ajeita o cabelo e se perfuma mesmo sem nenhum convite para ser capa de revista.
Mulherão é quem leva os filhos na escola, busca os filhos na escola, leva os filhos para natação , balé, leva os filhos para cama, conta histórias, dá um beijo e apaga a luz.
Mulherão é aquela mãe de adolescente que não dorme enquanto ele não chega, e que de manhã bem cedo já está de pé, esquentando o leite.
Mulherão é quem leciona em troca de um salário mínimo, é quem faz serviços voluntários, é quem colhe uva, é quem opera pacientes, é quem lava roupa para fora, é quem bota a mesa, cozinha o feijão e à tarde trabalha atrás de um balcão.
Mulherão é quem cria os filhos sozinha, quem dá expediente oito horas e enfrenta menopausa, TPM e menstruação. Mulherão é quem arruma os armários, coloca as flores nos vasos, fecha a cortina para o sol não desbotar o sofá, mantém a geladeira cheia e os cinzeiros vazios.
Mulherão é quem sabe onde cada coisa está, e que cada filho sente e qual o melhor remédio para azia. Lumas, Brunas, Carlas, Luanas, Sheilas: mulheres nota 10 no quesito lindas de morrer, mas mulherão é quem mata um leão por dia para sobreviver."
(Texto de Martha Medeiros)
Desde sempre ouço dizer que a mulher é o sexo frágil, esse mito vem da Idade Média quando as mulheres usavam Corselete ou espatilho, peça que tinha por objetivo reduzir a cintura e manter o tronco ereto, controlando as formas naturais do corpo e conferindo a ele mais elegância. Por volta do século XIX com a invenção dos ilhós e o uso de barbatanas de baleia a atenção foi voltada para a cintura e teve início a era das cinturas minúsculas, conhecida como era Vitoriana. Na primeira década do século XX a silhueta em “S” deformava o corpo feminino, algumas mulheres tinham cinturas de 38 ou 40 cm, os órgãos acabavam deslocados do lugar, o estômago subia, a respiração tornava-se difícil, e por isso ao menor esforço as mulheres desmaiavam por falta de ar (por isso antigamente elas usavam leque) ou em casos mais apertados, podia levar a morte devido a perfuração dos órgãos.
Espero com o texto da Martha Medeiros os exemplos de mulheres que citei e com essa explicação do mal súbito que levava as mulheres a caírem duras do nada, possa ter esclarecido o que é mito e o que é fragilidade a respeito das mulheres.

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