sexta-feira, 1 de abril de 2011

O que o avião e o rádio tem em comum?

Os dois foram inventados por brasileiros. Assim como Alberto Santos Dumont é o Pai da Aviação, Roberto Landell de Moura é o Pai das Telecomunicações.
Os dois são brasileiros!!!

Você certamente sabe que Santos Dumont é o Pai da Aviação. Mas você sabia que o rádio foi inventado por um padre-cientista brasileiro, Roberto Landell de Moura, antes de Marconi? Além do rádio, Landell de Moura também projetou a televisão, no início do século XX, muitos anos antes da referida invenção ser anunciada ao mundo. Ele patenteou inventos no Brasil e nos Estados Unidos, mas, por uma série de infortúnios, não conseguiu nenhum apoio para o desenvolvimento dos artefatos. Foi incompreendido, taxado de maluco e de ter pacto com o demônio. Não foi reconhecido em sua época e, pior ainda, até hoje é pouco conhecido, embora tudo esteja devidamente documentado. Historicamente, o Brasil entrou na era do rádio com importação de tecnologia.
Provavelmente você nunca ouviu falar em Landell dem Moura, e isso não é culpa sua, já que Landell de Moura nunca gozou do reconhecimento público nem governamental no Brasil. Muito pelo Contrário. Ele deu azar de nascer num país contaminado pelo atraso e supertição religiosa, e pagou caro por isso. Ele é o inventor do rádio, mas assim como Santos Dumont, que tem sua glória usurpada pela farsa dos irmãos Wright, a invenção de Landell é atribuída ao italiano Guglielmo Marconi.
Roberto Landell de Moura nasceu em Porto Alegre no Rio Grande do Sul em 21 de janeiro de 1861, e este ano faria 150 anos. Depois de estudar no Rio de Janeiro, foi para Roma, onde em 1886 foi ordenado padre. Autodidata na emergente ciência da rádio-eletricidade, Landell executou tudo sozinho. Com escassos recursos financeiros, projetou aparelhos, fabricou peças e testou insistentemente seus dispositivos até obter êxito na transmissão de sons sem fios. De volta ao Brasil, ele realiza em 1893 suas primeiras experiências de telegrafia e telefonia sem fio, dois anos antes de Marconi, enviando sinais de rádio a oito quilômetros de distância, do alto da Av. Paulista para o alto de Sant”Ana, em São Paulo, na presença de várias testeminhas, dentre elas o cônsul britânico em São Paulo, Sr. C. P. Lupton, além de autoridades brasileiras.

Notícia no Jornal do Commercio de 10 de junho de 1900
Texto da nota: “No domingo passado, no alto de Santana, na cidade de São Paulo, o padre Landell de Moura fez uma experiência particular com vários aparelhos de sua invenção. No intuito de demonstrar algumas leis por ele descobertas no estudo da propagação do som, da luz e da eletricidade através do espaço, as quais foram coroadas de brilhante êxito. Assistiram a esta prova, entre outras pessoas, Percy Charles Parmenter Lupton, representante do governo britânico, e sua família”.
Em virtude de tal feito, Landell recebeu uma patente brasileira do seu invento. Em seguida viaja aos Estados Unidos, para registrar internacionalmente a invenção do rádio.
Os seus trabalhos foram noticiados em 12 de outubro de 1902, no jornal americano “The New York Herald”, em reportagem sobre as experiências desenvolvidas na época, inclusive por cientistas americanos, alemães, ingleses dentre outros, na transmissão de sons sem uso de aparelhos com fio. Ressalta o jornal:
Por entre os cientistas, o brasileiro Padre Landell de Moura é muito pouco conhecido. Poucos deles tem dado atenção aos seus títulos para ser o pioneiro nesse ramo de investigações elétricas. Mas antes de Brigton e Ruhmer, o Padre Landell, após anos de experimentação, conseguiu obter uma patente brasileira para sua invenção, que ele chamou de Gouradphone“.
O jornal publica uma ampla reportagem sobre Landell de Moura, sua vida e obra, completada por uma fotografia do Padre, intitulada “Padre Landell de Moura – inventor do telefone sem fio” (denominação de época para a radiotelefonia ou a transmissão da voz humana à distância sem fio condutor).
Infelizmente, no Brasil, suas invenções não foram bem recebidas pela população, por seus superiores eclesiásticos, nem por autoridades. Em Campinas, teve o seu laboratório e instrumentos completamente destruídos por um apopulação que o acusava de “herege”, “feiticeiro” e de “falar com demônios”.
Além disso, em 1905, depois de passar alguns anos nos Estados Unidos, ele enviou uma carta ao presidente Rodrigues Alves solicintando dois navios de guerra, para poder demonstrar suas experiências revolucionárias. A resposta? O assistente presidencial negou o pedido, chamando-o de “maluco”.
Reportagem publicada no jornal La Voz de España, (editado em S. Paulo), no dia 16 de dezembro de 1900:
“Quantas e que amargas decepções experimentou Padre Landell ao ver que o governo e a imprensa de seu país, em lugar de o alentarem com aplauso, incentivando-o a prosseguir na carreira triunfal, fez pouco ou nenhum caso de seus notáveis inventos.”
Além do rádio, projetou a televisão em 1904 (a invenção oficial é de 1926), foi precursor do teletipo e um dos pioneiros do controle remoto através de ondas de rádio, sempre com esforço próprio.
Padre Landell faleceu no anonimato, em 30 de junho de 1928, na sua cidade natal. A história de Roberto Landell de Moura, um homem à frente de seu tempo, ainda hoje é desconhecida pela maioria de seus compatriotas.
A vida do Padre Landell está contada em vários livros publicados no Brasil e um na Alemanha. Todo o seu acervo encontra-se arquivado no Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul (IHGRGS).
Neste ano a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) emitiu, no dia 21 de janeiro, um selo e um carimbo, em comemoração aos 150 anos de nascimento do padre Roberto Landell de Moura, inventor do Rádio.
O selo retrata o Padre Landell de Moura falando ao microfone no “transmissor de ondas”, um dos aparelhos por ele inventado. O desenho foi composto utilizando uma imagem do Padre Landell (busto) e do aparelho, criando uma montagem complementada com pintura digital, numa reconstrução da realidade. Ao fundo, são reproduzidas a patente obtida em 1904, nos Estados Unidos, e a planta do aparelho. No lado esquerdo inferior, uma onda de rádio modulada em amplitude – ou AM, do inglês Amplitude Modulation, transmissão da voz humana a longas distâncias sem utilização de fios. A ambientação em tons de sépia, a moldura em tom dourado e a fonte manuscrita nos remetem à época, final do século XIX. Foram utilizadas as técnicas de fotografia e computação gráfica.
Para corrigir um erro histórico e, ao mesmo tempo, valorizar a ciência nacional, o Governo Brasileiro precisa reconhecer oficialmente o pioneirismo do Padre Roberto Landell de Moura no desenvolvimento das telecomunicações (precursor das invenções do rádio, da televisão e do teletipo, além da recomendação do uso das ondas curtas e da utilização em seus aparelhos do princípio do laser e das fibras ópticas). Para isso o Movimento Landell de Moura propõe um abaixo-assinado.
Fontes:
http://ramanavimana.blogspot.com
http://www.mlm.landelldemoura.qsl.br
http://www.correios.com.br/selos/selos_postais/selos_2011/selos2011_03.cfm

3 comentários:

  1. Só pra variar o Brasil está sempre atrás dos brasileiros. É incrível, realmente nunca tinha ouvido falar, lido, ou assistido qualquer coisa sobre o padre Landell.

    Obrigado pela informação!

    Abraço

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  2. nem eu muito intereçante! parabéns pelo blog

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  3. Amo esse blog pois valoriza nossas coisas e sempre aprendo um pouco mais quando acesso Terra de gigantes. Parabéns Alessandra realmente temos que cada vez mais mostrar que nós brasileiros temos valor .

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