segunda-feira, 20 de junho de 2011

Educar os filhos com autoridade e não autoritarismo

Educar os filhos com autoridade, e não autoritarismo, é um dos principais desafios diante dos quais os pais se deparam no processo de formação dos pequenos.
Ter autoridade implica desfrutar de alguma forma de comando ou poder sobre outras pessoas, característica de alguém que exerce o direito de se fazer obedecer. Já o autoritarismo diz respeito ao exagero, ao uso desproporcional de força, ao fim do diálogo, à intimidação ou mesmo humilhação, a todo um sistema ou ideologia totalitária.
Crianças formadas de maneira sadia precisam de pais que se filiem à primeira opção e saibam exercer de modo correto a autoridade que lhes é própria, em função dos seus papéis dentro de casa.
"No ambiente doméstico, a autoridade está relacionada ao respeito e consideração aos pais por parte de seus filhos, ligada aos laços sanguíneos, ao fato de que os pais, além de progenitores, se responsabilizam durante toda a infância e adolescência pela formação, valores, educação e preparação para o contato com o mundo externo, além dos sentimentos fortes que os unem", esclarece o doutor em Educação pela PUC-SP, João Luís Machado.
Por sua vez, a psicóloga e coordenadora do setor de Clínica e Pesquisa do Departamento de Psicanálise da Criança do Instituto Sedes Sapientae, Adela Stoppel de Gueller, lembra que a pessoa investida de autoridade "se ocupa de fazer cumprir aqueles valores morais nos quais acredita, que lhe foram transmitidos por seus antecessores e que no presente toma como próprios. Para a criança, os pais são as primeiras figuras de autoridade e, durante muito tempo, as mais importantes. Ao longo da primeira infância, os pais vão transferindo esse direito para avós, professores, médicos, etc. A criança começa a ir à escola quando está pronta para reconhecer nos educadores figuras de autoridade, além das de seus pais".

O que fazer

O diálogo deve ser a palavra de ordem na mediação dos inevitáveis conflitos ou diferenças de opinião que surgirem. Com base na opinião dos especialistas João Luís e Adela Stoppel, confira algumas dicas do que deve ser feito para exercer a autoridade:
 – pais educam pelo exemplo. Assim, o diálogo começa pela forma de relação entre o casal. O respeito mútuo assumido de forma honesta e franca diante dos filhos é a forma primordial de estabelecer para as crianças e adolescentes que é deste modo que se superam as divergências;
 – o diálogo assume tons variáveis de acordo com a maior ou menor ênfase que se pretende dar aos assuntos em discussão. Algumas vezes, a conversa tende a ser mais tensa ou dura. No entanto, não se pode perder de vista que, por mais sério e grave que seja o caso, as pessoas envolvidas nesta discussão são pais e filhos e que, dessa forma, em nenhum caso deve haver violência ou imposição, autoritarismo;
 – deve prevalecer a clareza das informações, o direito de os filhos se manifestarem, de apresentarem o seu lado, de se defenderem;
 – pais que tem autoridade transmitem segurança para o filho. É importante que a criança saiba que há alguém que ensina o que se pode fazer e o que é proibido;
 – a autoridade apoia-se no poder da palavra, ou seja, que a palavra tenha valor de ato e de promessa. A criança confia na autoridade de seus pais quando verifica que eles cumprem o que dizem e fazem o que prometem. As crianças buscam confirmar isso de forma recorrente;
 – a palavra não precisa ser dita a cada vez. Para um pai que tem autoridade, só com seu olhar a criança já entende que está fazendo algo que não devia. O olhar diz algo como: "Já lhe disse que...".

Fonte: Canção Nova

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