domingo, 17 de março de 2013

Habemus Papam Franciscum




Quando um Papa vai para junto de Deus, logo a Igreja se organiza para eleger outro. Choramos a morte do nosso Pastor, mas a Igreja não pode ficar com sua “Sede Vacanti”. Mas quando um Papa resolve renunciar? Primeiro vem o choque da notícia. Em segundo os por quês? Por qual motivo, o que aconteceu? Mas ao fim entendemos que carregar toda a Igreja nas costas não é tarefa das mais fáceis, não seria para um jovem, quando mais para um homem de 85 anos. Cada um conhece seus limites, e é preciso muita humildade para reconhecer quando “não dá mais”.
Um conclave foi convocado, e o mundo inteiro voltou seus olhos para o Vaticano, o menor país do mundo. Escolher um Papa quando ainda se tem um que ainda vive, apesar de ter renunciado, é como se tivéssemos além de um pai, um avô. Aquele que quando solicitado pelo pai o auxilia em como lidar com seus filhos, neste caso, milhões de filhos.
O Conclave começa com uma torcida, afinal todo mundo gosta de puxar a sardinha pra sua lata. Não dizem que Deus é brasileiro? Pelo menos é o que se diz aqui no Brasil. Queríamos também ter quem sabe um Papa brasileiro. E com cinco cardeais no conclave, sendo que um deles aparecia em todas as “listas de papáveis” era compreensível que cada brasileiro aguardasse até o fim que saísse na sacada do Castelo de São Pedro um rosto conhecido.
Mas para o engano de todos, e também para o bem de todos, quem coordena os trabalhos do Conclave é o Espírito Santo, e Ele sopra onde quer, quando quer e como quer.
E o Papa é argentino! A primeira reação foi: “ahhhhhhhhhhhh, puxa vida”. Até que ele apareceu na sacada. Seu sorriso acolhedor, seu olhar sincero, suas palavras carinhosas, seu jeito fraternal, fez com que nos desarmássemos. E não era assim mesmo que queria São Francisco de Assis, um mundo sem armas? Sem as armas do egoísmo, do orgulho, da soberba.
E o Papa se inclinou. Maior autoridade da Igreja na Terra, pediu nossas orações e se inclinou, assim como Cristo se inclinou para lavar os pés dos apóstolos na noite da santa ceia. Me inclinei junto a ele, e fiz minha oração:
“Por favor Senhor Jesus dê forças ao Papa Francisco, ajude-o a ir atrás das ovelhas perdidas, trazendo-as para o seio da Igreja”.
Ao pedir bênçãos para ele em minhas orações, o Espírito Santo devolveu-me a oração e falou em meu coração “Ajude-o! Dê testemunho com sua vida. Assim podes conseguir trazer as pessoas ao seu redor de volta”.
E o Papa preferiu usar sua cruz de latão.
E o Papa recusou carro oficial, e foi celebrar a Missa de encerramento do Conclave de ônibus junto com os outros cardeais.
E o Papa foi pessoalmente até o hotel para encerrar sua conta.
E o Papa pediu às pessoas que ao invés de irem ao Vaticano, uma viagem longa e cara, que façam ao invés disso, doações aos pobres.
E o Papa demonstrou estar aberto a todos quando declarou para mais de 5 mil jornalistas que seu nome foi inspirado por seu amigo, o Cardeal brasileiro Claudio Hummes, que o disse após sua eleição “Lembre-se dos pobres.”. Dom Claudio subiu ao balcão no dia do anúncio a convite do próprio Papa.
Em sua primeira homilia, indica a maneira de se percorrer o caminho:
“Podemos caminhar o que quisermos, podemos edificar um monte de coisas, mas se não confessarmos Jesus Cristo, está errado. Tornar-nos-emos uma ONG sócio-caritativa, mas não a Igreja, Esposa do Senhor. (...)Quando caminhamos sem a Cruz, edificamos sem a Cruz ou confessamos um Cristo sem Cruz, não somos discípulos do Senhor: somos mundanos, somos bispos, padres, cardeais, papas, mas não discípulos do Senhor.”
Em seu primeiro Angelus faz a exaltação da misericórdia e do perdão:
“Deus nunca se cansa de nos perdoar. O problema é que nós nos cansamos de pedir perdão. (...)Ele é um pai amoroso que sempre perdoa. E nós temos de aprender a ser misericordiosos com todos.”
Mas o Papa é argentino...
Para o Espírito Santo não existes fronteiras. Para o Espírito Santos somos todos de uma mesma pátria. A Pátria do povo de Deus. Que as rivalidades fiquem apenas nos esportes, e de preferencia apenas de brincadeira.
O Papa me cativou com seu sorriso, e me inspirou com seu olhar e com suas palavras a buscar ser uma pessoa mais simples, a me contentar com tudo o que Deus me dá todos os dias, e a dar testemunho munida com a Cruz de Cristo.


“Não há cruz sem Cristo e nem Cristo sem cruz”

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