quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Hipertexto a.C?

“tudo que se desloca deve utilizar-se
da rede hipertextual tal como ela se encontra,
ou então será obrigado a modificá-la”.
Apesar de parecer próprio da tecnologia digital, o hipertexto está presente no cotidiano das pessoas mesmo antes de Cristo. A simples necessidade de se guardar os textos de forma fragmentada (em blocos) em tabuinhas ou pergaminhos constituía o hipertexto.
Na época de Platão, Virgílio ou Santo Agostinho os textos eram processados sem espaço entre as palavras, sem letras maiúsculas nem pontuação. Com o passar dos anos as formas de escrita foram evoluindo e se alterando para dinamizar a leitura. Anos mais tarde, também os meios de comunicação de massa sofreram evoluções e transformações em seu formato para facilitar o exercício da leitura e da compreensão.
Então ao contrário do que se pensa, não só o meio digital se utiliza do hipertexto, já que segundo Theodor Nelson “o hipertexto é uma escrita não seqüencial, num texto que se bifurca”. Desse modo, esse tipo de recurso também é encontrado nos demais veículos de comunicação de massa, porém no meio digital ele se difere pela existência de interconexões instantâneas obtidas através de links.
"O computador e a internet definem uma nova ambiência informacional, onde na cibercultura, a lógica comunicacional supõe rede hipertextual, multiplicidade, virtualidade, tempo real, multissensorialidade e multidirecionalidade." (Lévy)
A multimidialidade presenciada pelo uso de diversos códigos diferentes (texto, som e imagem) no mesmo meio, já nos era dada pela televisão, porém o link atribuiu a essa convergência uma nova forma organizacional e diferenciada formatação, que dão a nova “cara” do hipertexto, auxiliada pelo uso da memória (armazenamento de dados) que rompe os limites espaciais e temporais que existem nos outros meios.
O link então passa a ser considerado “elemento essencial para a narrativa jornalística no formato hipertextual”, onde título e link em alguns casos passam a ser um só elemento. “No lugar de receber a informação, o leitor tem a experiência da participação na elaboração do conteúdo. O sujeito não apenas interpreta mais ou menos livremente, como também organiza e estrutura”.(Machado)
É o antigo se abrindo ao novo para que todos possam ser produtores de conhecimento. E que retorne a era dos pensadores.

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