segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

O poder das mídias sociais e da juventude

Provavelmente se algum dia para faculdade, escola ou apenas por curiosidade você pesquisou na internet sobre a origem da internet (metalinguagem) você deve ter lido algo do tipo “A internet chamada originalmente de ARPANET foi criada com fins militares...” se os governantes imaginassem o poder que a internet teria hoje muitos deles, teriam implodido antes mesmo que ela mudasse de nome, que o diga o ditador Mohamed Hosni Mubarak que assumiu a presidência do Egito em 14 de Outubro de 1981, após o assassinato de Anwar Sadat. Depois do início das ondas de protestos no país, o governo bloqueou a internet, e o serviço de telefonia móvel, já que as pessoas estavam combinando de se reunir através de redes sociais e mensagens de texto pelo celular.
Os Egípicios seguiram os passos dos Tunisianos que armados do Facebook e do Twitter, além do SMS, demonstraram o poder do povo que se reúne e principalmente o poder das mídias sociais.
Na Tunísia o presidente, Zine Al-Abidine Ben Ali que governava o país desde 1987, deixou o poder após semanas de manifestações populares contra o governo. Os Egípicios ainda estão em protestos, todo o governo se renovou mas Mubarak insiste em ficar no governo até as próximas eleições que acontecem em setembro.
O que desencadeou a onda de protestos na Tunísia, primeiro país a se rebelar, foi o gesto desesperado de um jovem, no dia 17 de dezembro, Mohamed Bouazizi ateou fogo no próprio corpo na cidade de Sidi Bouzid, na região central do país, quando policiais impediram que ele vendesse vegetais em uma banca de rua sem permissão.
O fato gerou uma onda de protestos contra o desemprego na região, que baseia sua economia na agricultura e é uma das mais pobres do país. Os protestos através das redes sociais e SMSs se espalharam então para outras partes da Tunísia, alcançou os países vizinhos e todo o globo.
Para Morozov, em seu livro “ ‘A desilusão da net’, o lado negro da liberdade na internet”, a “Doutrina Google” é uma armadilha sedutora, que “fortalece os fracos e enfraquece os fortes”.
E os protestos espalhados online como rastilho de pólvora também causou repercussão na Arábia, Argélia, Líbia, Iêmen... tanto que o governo da República Popular da China (que não tem nada de popular) bloqueou a palavra Egito na internet. A China é governada por Hu Jintao. O governo chinês é conhecido por ser autoritário, comunista e socialista, com restrições em diversas áreas, em especial no que se refere às liberdades de imprensa, de reunião, de movimento, de direitos reprodutivos e de religião, além de alguns obstáculos ao livre uso da internet.
O jornalista Roger Cohen atribui esses protestos a “organização, trabalho em rede, acesso de ideias e informações proibidas, debate e autoestima numa cultura de humilhação e conspiração: estes são alguns bônus que a mídia social está proporcionando a uma população majoritariamente jovem no mundo árabé.” E o jornalista completa “o povo nas ruas do Cairo era jovem, conectado, não ideológico e pragmático”.
Juventude e internet, união explosiva, no bom sentido, são os caras pintadas da era digital. Enquando o mundo árabe luta por seus ideais contra a ditadura, a juventude brasileira se mantém apática e inerte diante dos computadores, diante da política e diante da vida, usando as redes sociais para jogar Farmville, responder perguntas sobre seus amigos  e outras coisas do tipo.
“Ideologia, eu quero uma pra viver!”

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